O que há de novo ...
Pretende-se neste secção divulgar novidades náuticas relevantes para os Associados e o que vai aparecendo de novo nas nossas páginas.
Se é um visitante regular deve começar por esta secção. Os Associados devem também ler as últimas afixadas no Quadro de Avisos.
Pode também consultar os Boletins Informativos ANC em formato Pdf.
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29/08/2022 |
Ataque de Orcas perto do Cabo Sardão |
Pelas 13h00 +- foi atacado um veleiro na posição 37 30 N 09 02 W - Perto do Cabo Sardão! Após o primeiro embate em que provocou alguns estragos no leme foi executada a manobra de marcha á ré o que levou á paralisação do ataque, as orcas ficaram a acompanhar a manobra por algum tempo e depois acabaram por se afastar. O veleiro seguiu pelos próprios meios. |
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01/08/2022 |
XXXIII Regata Atlantis Cup - Regata da Autonomia 1 a 7 de Agosto |
Exmos,
Encarrega-me a Direção do Clube Naval da Horta de enviar em anexo o cartaz e o Anúncio de Regata da XXXIII edição da Regata Atlantis Cup - Regata da Autonomia. Desta forma pedimos a vossa melhor colaboração na divulgação desta emblemática regata.
Com os melhores cumprimentos,
Técnico de Gestão Desportiva
Email: antoniomenezesp@cnhorta.org Saiba mais sobre nós em www.cnhorta.org Clube Naval da Horta, um mundo náutico à sua espera! |
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24/07/2022 a 12/08/2022 |
Cruzeiro de Verão ANC 2022 -Algarve - Andaluzia - Ceuta 24 de Julho a 12 de Agosto |
Cruzeiro de Verão 2022 – 500 anos da I Volta ao Mundo à Vela
Caro Associado,
Publicamos em anexo o Programa Oficial atualizado, no seu original em Castelhano, que nos abstivemos de traduzir e que ainda poderá sofrer alguma modificação de pormenor. Caso pretenda efetivar a sua participação, deverá rapidamente enviar um email para geral@ancruzeiros.pt com nome, nº de associado, telefone, email, nome da embarcação e número de tripulantes. O processo de inscrição e de pagamento do cruzeiro será feito com a ANC, seguindo os valores e normas definidas pela organização. (em anexo) Estamos, em colaboração com a Associação 500 Anos, a ultimar os preparativos do Cruzeiro, que serão enviados à lista de inscritos, juntamente com o pedido da documentação necessária para facilitar a chegada a cada porto. Este será o último cruzeiro de Comemoração da I Volta ao Mundo à Vela iniciada por Fernão de Magalhães e terminada por Sebastião D’Elcano e, à semelhança das edições anteriores, vamos tornar este Cruzeiro uma grande festa de celebração do Mar, da Vela e da confraternização entre as várias tripulações
A Direção |
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06/07/2022 |
Expedição Lusitânia atinge o seu objetivo, chegando ao Rio de Janeiro 100 anos depois de Sacadura Cabral e Gago Coutinho |
Expedição Lusitânia Comemorações dos 100 anos da 1ª travessia aérea do Atlântico Sul
6 barcos de Armadores da Associação Nacional de Cruzeiros chegaram no dia 17 de Junho de 2022 ao Rio de Janeiro, exatamente100 anos depois da aterragem de Sacadura Cabral e Gago Coutinho na Baia de Guanabara. Numa organização conjunta da Associação Nacional de Cruzeiros e da Associação David Melgueiro, a Expedição Lusitânia, comemorativa dos 100 anos da 1ª travessia aérea do Atlântico Sul e dos 200 anos da independência do Brasil, chegou a bom porto, tendo sido recebida pelo Ex.mo Sr. Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa no Distrito Naval do Rio de Janeiro e no Palácio de São Clemente, Consulado de Portugal nesta cidade. Os nossos navegadores atravessaram, numa proeza fantástica até pelo período do ano em que se realizou, o Atlântico, tendo praticado todos os portos em que Sacadura Cabral e Gago Coutinho amararam à 100 anos: Gran Canária, Mindelo, penedos de São Pedro e São Paulo, onde à data se perdeu o primeiro avião, Fernando Noronha, Recife, Salvador da Baía, Vitória e finalmente a baía de Guanabara no Rio de Janeiro. Muitas peripécias e aventuras se passaram, das quais convidamos os intervenientes a darem conta numa futura Tertúlia Vélica, sendo de assinalar que as seis embarcações, o Arnika, Anixa II, LaLuna II, Maião, Suek e Zalala, chegaram a bom porto com as suas tripulações, tendo sido apoiados de uma forma magnífica pela Marinha do Brasil, a quem deixamos os nossos públicos agradecimentos. Em todas as escalas a frota foi recebida com grande festa e honras à altura da aventura fizeram, tendo o Ministério dos Negócios Estrangeiros Portugueses, através da nossa Embaixada em Brasília e dos Consulados locais, apoiado e dinamizado o convívio com as populações locais. A Marinha do Brasil mais uma vez foi inexcedível, tendo arranjado em todas as escalas marinas para receber a frota. O Sr. Presidente da República Portuguesa deu o tiro de partida da Expedição e recebeu, conjuntamente com as várias entidades presentes e com o Comando Geral da Marinha do Brasil, a frota no Rio de Janeiro, em celebrações que decorreram todo o dia e terminaram com uma palestra do Comandante José Mesquita, da Associação David Melgueiro subordinada ao tema “Salvem os Oceanos, Salvem a Humanidade”, razão maior da Expedição e com um espetáculo da cantora Luso/Brasileira Fátima Fonseca no Palácio de São Clemente. A frota irá iniciar em Novembro o seu regresso a Portugal, via arco das Caraíbas e Acores, estando prevista a sua chegada em Julho de 2023. Para aguardar a melhor altura de fazer a travessia a frota ficará estacionada no Clube Naval de Charitas, instalações militares em Niterói uma cortesia da Marinha do Brasil. Muito mais haveria para contar, mas deixemos os pormenores aos intervenientes. |
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09/06/2022 |
Expedição Lusitânia - Suek: Etapa Recife - Salvador da Baia |
A estadia no Recife foi agradável. O Cabanga Iate Club tem excelentes instalações e fomos recebidos sempre com muita simpatia. O único senão, foi termos estado na semana dos dilúvios, com chuvas fortes todos os dias, nalguns casos durante o dia todo o que impediu de lavar e secar convenientemente os barcos por dentro. Apesar disso, ainda tivémos um simpático almoço a convite do Real Hospital Português de Beneficência seguido de uma visita ás suas instalações, acompanhados pelo seu provedor. É uma obra notável, tem uma área de 130 mil m², conta com 2000 médicos, 5600 colaboradores, 28 salas cirúrgicas e realiza 1500 cirurgias por mês. Não imaginava o forte apoio e envolvimento que Portugal tem no Recife. Ainda nessa tarde, tivemos também uma cerimónia solene com a deposição de uma coroa de flores junto ao monumento do Gago Coutinho e Sacadura Cabral, contando com a presença de várias figuras públicas do Recife, a marinha e a força aérea brasileira, cuja banda tocou o hino nacional dos dois paises. De seguida, fomos convidados pelo Gabinete Português de Leitura do Recife, uma instituição gerida pela comunidade Portuguesa, situada num bonito edifício tradicional, para a inauguração de uma exposição sobre Gago Coutinho e Sacadura Cabral e onde houve também um porto de honra. No auditório decorreu a palestra sobre as alterações climáticas proferida pelo José Mesquita. No dia seguinte, a convite do turismo vieram-nos buscar numa carrinha para darmos uma volta a conhecer o Recife e em particular a zona de Olinda. O resto dos dias foram a aguardar que a chuva parasse, a fazer algumas reparações possíveis e compras para abastecimento dos barcos. Tratámos também do processo de entrada no Brasil, que depois de várias peripécias, apenas resolvidas com a ajuda do vice consul de Portugal no Recife conseguiu ficar concluido. Apesar disso, não nos livrámos de uma multa de 100 reais cada um, por não termos tratado da entrada em Fernando de Noronha. Não o fizémos na altura, porque tinhamos recebido informação de que a entrada poderia ser tratada no Recife. Acontece é que quem deu essa informação não foi a policia federal que é a entidade responsável por estes processos... Éramos para ter saido em direção de Salvador da Bahia na maré cheia de domingo, dia 29 de Maio, mas devido á chuva que impediu a marinha de nos vir dar os documentos de saida atendendo a que o Recife estava alagado devido ás firtes chuvas que estavam a ocorrer, acabou por se marcar a saida para o dia seguinte. Contudo, apenas dois dos barcos acabaram por sair. Os outros tiveram de esperar pela maré cheia do dia seguinte que só ocorreu na madrugada do dia 31 Maio, terça feira. Este atraso deveu-se á necessidade de uma reparação urgente num barco onde após ter comprado um enrolador de genoa novo em Portugal, descobriu que foi mal montado quando ao abrir a vela na marina numa ação de rotina, a calha desconjuntou-se nos vários segmentos. Com isto, acabou também por rasgar a vela que era nova. Foi um dia inteiro para tirar o estai real, montar, fixar a calha e voltar a montar tudo. Saimos assim com a maré das 04:30h da manhã, do dia 1 Junho, terça feira. Chegados ao mar, havia pouco vento e muita ondulação, pelo que tratámos de nos afastar o mais possivel da costa. Como as previsões de vento apontavam para fora andámos um dia num rumo para sul para nos continuarmos a afastar e depois seguir rumo direto para Salvador. Durante a noite, não nos livrámos dos habituais aguaceiros com chuva e vento forte. Após mais alguns aguaceiros fortes, especialmente á noite, com nuvens escuras acompanhadas de vento, e outros periodos sem vento, chegámos á marina Porto Salvador no dia 3 de Junho pelas 14:30h locais. Os outros barcos que tinham saido um dia antes, já tinham chegado de manhã cedo. Á chegada tinhamos uma simpática receção com vários elementos da marinha brasileira no cais da marina, tendo havido logo uma sessão de fotos. Entregaram-nos também um extenso programa de atividades que tinham preparado para a nossa estadia em Salvador, contando sempre com o seu apoio e acompanhamento. |
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28/05/2022 a 13/06/2022 |
Caminho Marítimo de Santiago |
CAROS ASSOCIADOS E AMIGOS ANC Com o objetivo de recriar, na costa portuguesa, a viagem da “Barca de Pedra” que, segundo reza a lenda, no ano 40 do primeiro milénio transportou o corpo do Apóstolo Santiago desde Jaffa na Palestina até Campus Stella na Galiza, está a ANC a apoiar a iniciativa da UPSTREAM e do FÓRUM OCEANO na realização de um evento promocional, que promoverá o arranque do projeto e será assinalado com – REGATA “CAMINHO MARÍTIMO DE SANTIAGO”, a realizar em finais de Maio, inicio de junho de 2022, aberto a Associados ANC de Portugal e de Espanha que assim se organizarão num Cruzeiro à Galiza. Poderá haver a necessidade de embarcar em alguns troços jornalistas nacionais ou estrangeiros especializados em Turismo Náutico.
Sobre este projeto daremos todas as informações aos interessados, queiram para isso contactar a ANC pelos meios usuais ou os abaixo indicados. Paulo Murta Xavier / 938 162 625 / paulo.xavier@icloud.com António Bessa de Carvalho / 916 616 753 / a.bessacarvalho@sapo.pt |
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26/05/2022 |
Expedição Lusitania - Suek - Resumo 2ª parte etapa 3 - Cabo Verde - Recife |
Expedição Lusitania - Suek - Resumo 2ª parte etapa 3 - Cabo Verde - Recife
Dia 12 de Maio, ao cair da noite, o Suek e o Maião partiram do arquipélago de São Pedro e São Paulo, rumo a Fernando de Noronha. Não havia vento, pelo que iniciámos a viagem a motor. A meio da noite, apareceu o vento que se manteve até ao final da viagem, entre 13 e 18 nós, com picos de 20 quase sempre pelo través, levando-nos a fazer velocidades por vezes acima dos 6 e 7 nós. Foi uma constante da viagem, assim como o mar, agitado e desordenado, com ondas a baterem com força no costado. Desta etapa, não houve muito a destacar, excepto o facto de ter um marco importante que foi a passagem do equador pelas 10:50h utc (08:50h locais) no dia 13 de Maio. Marca a entrada no hemisfério sul e a nossa primeira vez num barco á vela, pelo que ao almoço foi altura de comemorar com a abertura de uma garrafa de espumante francês que tinha trazido especialmente para esta ocasião. Começámos a avistar os contornos da ilha de Fernando de Noronha, ao longe, a meio da manhã do dia 15 de Maio. Á medida que nos iamos aproximando, ia ficando mais nitida, começando por se ver logo que o que se destacava, era a sua cor, toda muito verde, assim como o seu caracteristico pico. Fundeámos na baia em frente á praia do porto de Santo António por volta das 14h utc, 12h locais. Para água, havia uma torneira no porto junto ao chão onde podíamos encher bidons. O gasóleo tinha de ser na única bomba da ilha, que fica perto do porto, as compras na vila dos Remédios que é a zona central com restaurantes e "algum" comércio. Para levantar dinheiro tive de ir de taxi ao aeroporto porque era a única caixa multibanco disponível naquele dia. No dia seguinte, chegaram os restantes barcos e fomos almoçar a uma das esplanadas da praia do porto, ficando depois lá grande parte da tarde a conversar. Nos outros dias, além de abastecer os barcos com água e no caso do suek também de gasóleo, fizemos passeios pela ilha e parque natural, tendo inclusivamente num dia alugado buggys para uma volta completa á ilha. A marinha manteve o seu inesxedivel apoio á frota, tendo inclusivamente solicitado ao turismo a disponibilização de um carro a meio da semana para apoio no abastecimento do gasóleo do suek no transporte dos bidons e a compras de supermercado na vila dos Remédios a toda a frota. Convidaram-nos também para nos juntarmos a um churrasco num bar com uma vista deslumbrante sobre uma praia, num evento que estava reservado para a marinha, e eu e o José Mesquita, como representantes da ANC e da Associação David Melgueiro, fomos convidados pelo almirante chefe do estado maior da armada do distrito que abrange Recife, Fernando de Noronha e Natal, para almoçar, juntamente com outros convidados, a bordo do navio-patrulha oceânico "Araguari" que se encontrava fundeado na ilha a dar apoio a ações de sensibilização de cuidados médicos á população. No dia anterior a virmos embora, disponibilizaram através de uma empresa de atividades maritimo-turisticas um pequeno passeio de barco, para vermos do mar as principais praias e tomar banho numa baia com a particularidade de ter tubarões de uma espécie inofensiva. Além de tudo isto, reafirmaram todo o apoio á frota, garantindo mais uma vez seguimento em toda a costa e portos brasileiros. Irão também aguardar a chegada da frota no Recife para garantir a entrada em segurança no Cabanga Iate Club. Integrado nos eventos, o José Mesquita, fez uma palestra sobre o clima no centro de investigação marinha e biosfera de Fernando de Noronha (icmBIO) para representantes da marinha e do centro. No dia 21 de Maio pelas 10h utc (08h locais), levantámos ferro e largámos rumo ao Recife. Sol, calor e um vento entre 13 e 16 nós com bolina cerrada. Previsão entre 2 a 3 dias. Parecia ser uma das etapas fáceis e descontraidas, além de curta, face ás milhas que já percorremos. Numa das noites, apanhámos várias trovoadas, com chuva intensa, ventos fortes e variáveis e enormes clarões no céu que iluminavam o mar de uma ponta á outra. Na tarde do dia anterior á chegada ao Recife, tinhamos acabado de almoçar quando o vento levantou rápidamente e extremamente forte. Havia várias nuvens na zona, pensávamos que fosse passageiro, mas manteve-se a tarde toda. Ventos grande parte do tempo acima dos 25, 30, 33 nós com picos que chegaram aos 37 nós. Iamos com a vela grande e a genoa rizadas, mas mesmo assim por vezes batiam furiosamente, sobretudo quando as ondas que entretanto ficaram enormes, adornavam mais o barco. Outras vezes batiam com grande estrondo no casco como se fosse um tiro de canhão, varrendo todo o convés. Era difícil manobrar e além disso o vento vinha da direção do Recife. Andámos assim, a fazer bordos, tentando progredir para sul, mas muito devagar na direção do Recife. Entretanto, a força do vento era de tal forma, que um dos fechos do bimini começou a abrir, o que obrigou a ter de ir rápidamente colocar um cabo para o prender, o painel solar dobrável de reserva que ia preso em cima do bote (o bote ia virado ao contrário bem amarrado em cima do barco), começou a desprender-se e a querer "voar", obrigando a ter de lhe passar um cabo adicional, tarefa nada fácil com aquele vento, o barco a dar saltos como um cavalo selvagem que é montado pela primeira vez e as ondas a varrerem o barco. Reparámos também que a escota da genoa, pelo facto de ir muito rizada, prendeu-se num dos bidons de gasóleo que iam amarrados na balustrada do barco e com os sucessivos esticões, estava a soltá-lo. Assim, nova incursão á proa para soltar a escota. A adicionar a isto tudo, caia uma chuva torrencial com tanta intensidade e de tal forma com bátegas grossas que mal se via um palmo á frente. O barulho era enorme, não só pela chuva, mas pelo vento e as ondas a baterem no casco. Além disso, o suek por vezes voava da crista de uma onda, caindo depois na seguinte com grande estrondo. Apesar disto tudo, o barco manteve-se sólido, sempre a navegar com piloto automático, excepto nas viragens de bordo que tinham de ser rápidas, caso contrário, o barco abatia e falhava a viragem. Apesar de tudo isto, o mais complicado desta tarde, foi que um dos barcos no meio deste turbilhão de mar e vento e sem qualquer visibilidade, embateu contra um barco de pesca que estava parado sem AIS, no meio do mar a cerca de 15 milhas da costa. Bateu-lhe de raspão com a proa, tendo feito danos no verdugo, parte de cima do casco e luz de navegação. Aparentemente o barco de pesca não teve danos, os pescadores ficaram bem, continuaram na sua faina e o barco da expedição pôde seguir viagem. Ao cair da noite, finalmente o mar e o vento abrandaram. Parecia que o vento tinha parado, quando na verdade estava nos 20, 21 nós..., mas com isso permitiu ir apenas com a vela grande e o motor, num rumo quase direto para o Recife. A travessia do Atlântico sul desde Cabo Verde até ao Recife tinha terminado. Desde Lisboa tinhamos feito cerca de 3400 milhas náuticas e 200 horas de motor. |
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24/05/2022 |
AIFE tabelas de descontos acessorios e equipamentos |
Caros Associados Foi renovado e actualizado o protocolo entre a a ANC e a AIFE, relativo aos descontos a atribuir aos associados da ANC nos diferentes serviços e equipamentos pela AIFE comercializados, a fim de clarificar e ampliar a oferta actual. Equipamento de Segurança/Catálogo de Segurança – Desconto de 15% - Catálogo AIFE Segurança - Catalogo-AIFE_web.pdf Serviços de Manutenção a Equipamento de segurança – Desconto de 10% . Serviços | AIFE - Equipamento Náutico | Liferaft SA Equipamento Acessório para Embarcações – *Desconto de 25% - Catálogo AIFE Acessórios https://aife.pt/wp-content/uploads/2019/10/CATALOGO-ACESSORIOS-PRONAUTIC-ES.pdf *Aplica-se em 80% dos 20.000 artigos que constam no catálogo, em algumas marcas o desconto só poderá ser de 20%, ou 15%.
Peças para substituição de motor – Desconto de 25% - Catálogo de peças de Motor Multimarca SIERRA - 2021 Sierra Catalog (seastarsolutions.com)
Na nossa sede seão colocados os catálogos acima referenciados na sua versão física para consulta dos associados, bem como uma ferramenta que permita rapidamente consultar os preços com o respectivo desconto. A Direção
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20/05/2022 |
Expedição Lusitania - Suek - Resumo 1a parte etapa 3 - Cabo Verde - Penedos S Pedro e S Paulo |
Expedição Lusitania. SUEK - Resumo 1a parte etapa 3 - Cabo Verde - Penedos S Pedro e S Paulo Saimos da marina do Mindelo no dia 3 de Maio ás 09:30h, com ajuda dos marinheiros para retirar os cabos de amarração que prendiam os cunhos da proa do Suek ás poitas da marina que estavam colocadas na água. Não havia muito vento, cerca de 10/12 nós, com algumas rajadas, pelo que a manobra fez-se sem grande dificuldade. Juntámo-nos na baia do Mindelo ao Anixa que tinha saido um pouco mais cedo para abastecer de gasóleo e largámos juntos. Como esperava vento no canal entre S. Vicente e St Antão, abri apenas a genoa, decisão acertada, porque assim que saimos da proteção da baia, o vento começou a soprar forte, sempre acima dos 20 nós e rajadas que chegaram aos 29 nós, juntamente com uma vaga forte, cheia de espuma. Ainda rizámos a vela e fomos assim até rondarmos o sul da ilha, onde por essa altura, o vento e a vaga acalmaram. A partir dai tivemos sempre um bom vento, entre 10 a 15 nós, que se manteve ao longo da noite. Por vezes subia um pouco mais, mas nada de preocupante. Andámos sempre próximo do Anixa, falávamos pelo vhf e combinávamos o rumo a seguir de acordo com as previsões do Predictwind. O Suek, para acompanhar a velocidade do Anixa ia só de vela grande, á popa arrasada com o preventer na retranca, a fazer velocidades entre os 5 e os 6 nós. Na manhã do dia 4 Abril, foi necessário o José fazer um pouco de leme, porque o plotter acusou o alarme de baterias com pouca carga. Situação estranha, porque apenas tinhamos consumido durante a noite 70 Ah e as baterias de serviços somam ambas 330 Ah. Por volta das 12h já estavam completamente carregadas pelos painéis solares assim que o sol apareceu com mais força. Abri também o painel solar dobrável de 120W de reserva para reforçar o carregamento. De manhã o vento caiu completamente, ligámos de novo o motor e já nos pareceu normal, se bem que ás 1500/1700rpm só conseguiamos fazer entre 3,5 a 4,5 nós, menos 1 nó do que o habitual. Entretanto reparei em enormes manchas de sargaço que passavam junto ao barco, pelo que podia ter sido este o motivo das dificuldades da noite, caso se tivessem agarrado ao hélice. Continuámos a motor práticamente o dia todo, com conversas frequentes por vhf com o Anixa e depois com o Zalala que entretanto nos alcançou e se juntou a nós. Ao final do dia, começou a aparecer um vento fraco de cerca de 8 nós e decidimos içar o gennaker. Levar o saco para a proa, prender no enrolador, colocar a adriça, colocar a escota, içá-lo, procurando que não bata no radar, abrir e perceber que o ângulo de 120° não era favorável ao rumo, além de que o balão batia com força com o vento fraco e a vaga. Resolvemos cambar, para isso, enrolar o gennaker, trocar a escota para o outro bordo, abrir de novo a vela e ver que também não era boa opção. Enrolar, baixar, guardar no saco e depois colocar dentro do barco... Optámos então por abrir a vela grande e a genoa em borboleta com pau de spi e preventer. Ficámos no rumo e iamos devagar mas andando á vela. O Anixa ao pé de nós tinha feito a mesma coisa. Primeiro gennaker, depois grande e genoa em borboleta. Ao cair da noite, para não nos afastarmos muito do Anixa e porque estávamos a andar mais, decidimos recolher a genoa. Começámos a puxar o cabo do enrolador, mas ao fim de meia duzia de voltas o cabo prendia e a vela não enrolava. A manhã do quarto dia, foi passada no vhf com o Anixa e o Zalala. Sol, calor, humidade e cardumes de peixes voadores... O quarto e quinto dias, têm sido também de rotinas, sempre com bom vento entre os 10 e os 13 nós, por vezes subindo um pouco mais mas depois estabilizando. Banho de mar, limpezas a bordo, fazer comida já que temos mantido desde o inicio da viagem sempre duas refeições quentes a bordo, confecionadas em grande parte com grande ginástica face aos constantes balanços e guinadas do barco. O Suek continua junto ao Zalala e ao Anixa pelo que continuamos a falar várias vezes durante o dia por vhf, para discutir as informações meteorológicas e o rumo. Durante o dia tive muitas dificuldades em descarregar os ficheiros grib do Predictwind e ver emails. O IridiumGo bloqueava constantemente e perdia a rede. Entretanto tirei-lhe a bateria, fez reset e a partir dai passou a trabalhar bem. As noites são passadas alternando os turnos no poço, a maior parte das vezes debaixo de um mar de estrelas deslumbrante que me deixa perplexo. São autenticas estradas de pontos brilhantes, alguns mesmo muito fortes, num código de figuras geométricas em toda a extensão do céu. Cheguei inclusivamente a ver estrelas cadentes, algumas com um longo raio de luz; simplesmente fantástico. No dia 9 Maio, sexto dia de viagem tive a confirmação de que as baterias efetivamente têm problemas, dai disparar o alarme de voltagem a meio da noite. Nada fazia supor, já que são de uma boa marca, nunca foram sujeitas a grandes descargas e têm 3 anos. Neste momento a sua capacidade útil está reduzida a 1/3, o que significa na prática de que apenas disponho de 50 Ah para os consumos da noite. Por esse motivo, vou ter de ligar o motor duas vezes cerca de 1 hora durante a noite para carregar as baterias. Durante o dia os painéis solares têm sido suficientes, garantindo 100% da carga. Hoje, também coloquei a linha na água pela primeira vez desde o inicio da viagem. Ao fim de algumas horas, o carreto começou a fazer barulho e a linha a soltar-se. Peguei de imediato na cana, mas o carreto não tinha força para puxar a linha. A cana fazia imensa pressão e só não fui atrás dela porque a encostei ao cabo de aço do bimini. A partir dai foi uma luta de cerca de meia hora, em que só consegui puxar a linha com a mão, já que entretanto tinha calçado umas luvas com a ajuda do José. Puxava a linha, segurava-a na mão, dava umas voltas no carreto para a enrolar. Por fim, depois de um enorme esforço, banhado em suor, verifico que o que vinha agarrado era nada mais, nada menos, que um monte de sargaço. Retirei a amostra, guardei a cana e a pesca ficou suspensa por 24 horas... Continuam a ver-se enormes manchas de sargaço e cardumes de peixes voadores. O que nunca mais vimos desde que saimos de Cabo Verde foram golfinhos, até á data nem uma vez apareceram. O calor é enorme, assim como o grau de húmidade, que nos mantém encharcados em suor durante o dia. Á noite, refresca e fica uma brisa agradável, permitindo fazer as noites em calções e t-shirt, se bem que dentro do barco, mantém-se um calor insuportável já que não se pode abrir as janelas com risco de entrar água. Continuamos próximo do Zalala em rumo paralelo para os rochedos. É muito agradável, já que permite irmos falando por vhf. O dia foi de vento fraco, mas permitiu ir andando á vela, amanhã contamos que caia, esperemos que não muito. Entretanto, o Anixa foi ficando para trás e está agora a cerca de 30 milhas. Mas vamo-nos certamente encontrar todos de novo quando o vento cair na zona dos doldrums. Dia 10 de Maio, chegámos á zona onde a instabilidade meteorológica é enorme, com periodos de algum vento, habitualmente fraco, passando de repente para vento forte, muitas vezes acompanhado de chuva, coincidindo com a passagem de nuvens negras carregadas de vento e chuva. A noite de 10 para 11 de Maio prometia ser calma, a motor, sem vento, num mar chão com luar e céu carregado de estrelas. E assim foi, durante o turno do José! Quando o rendi, sentei-me no poço com as costas recostadas e as pernas estendidas sob o banco a observar as estrelas e a pensar que faltam cerca de 24h para chegarmos aos Penedos. Passado algum tempo, senti uma aragem adicional nas pernas, olhei para o anemómetro e sopravam 9 nós reais com um ângulo de 60°. Fantástico; era vento! O mar estava espelhado, apenas com uma ondulação longa que fazia lembrar ao longe as dunas ondulantes de um deserto, mergulhámos em pleno oceano, num mar com um azul imenso de uma tonalidade que não consigo descrever. Simplesmente uma sensação de imensidão, suspensos por cima de um abismo azul. Chegámos aos Penedos de São Pedro e São Paulo ao nascer do dia. Primeiro o Zalala um pouco mais á frente de nós, a cerca de 5 milhas. Duas horas depois chegou o Anixa. A meio da manhã chegou o Maião, o Laluna a meio da tarde e o Arnika no dia seguinte por volta das 10:30h. Não havia possibilidade de fundear, porque apenas existem os rochedos e logo depois um mar profundo. Desta forma, desligámos os motores e a pairar, tomei um banho de mar na popa do barco. De novo a fantástica sensação refrescante do imenso azul. O skipper do Zalala fez o mesmo, mas um aspeto curioso é que ele á hora do almoço, resolveu também tomar um banho de mar, nessa altura já com a marinha brasileira junto de nós. De imediato, saiu uma comunicação do navio patrulha via vhf a dizer que os banhos estavam interditos devido á enorme quantidade de tubarões que existiam na zona. Que não havia registo recente de ataques, mas era para prevenir... Pudera, desde o Gago Coutinho e o Sacadura Cabral, só nós os dois é que nos devemos ter banhado naquelas águas... Assim que o Maião chegou, juntámo-nos ao barco da marinha brasileira, o navio patrulha "Guaiba", que nos recebeu via vhf com uma simpática mensagem de boas vindas. Andámos depois á volta dele enquanto tiravam fotografias e preparavam os bidons com gasóleo para abastecimento da frota. Eram bidons com 50 litros, grandes e pesados pelo que o abastecimento no Suek foi bastante difícil. Valeu a ajuda de um dos marinheiros brasileiros que subiu a bordo e ajudou na operação. Utilizo uma bomba que é apenas um tubo e por gravidade permite passar o gasóleo do bidon para o depósito. Acontece é que como o bidon era grande, o tubo de sucção não chegava ao fundo e para não perder o gasóleo, os últimos litros foram tirados com o marinheiro a verter o bidon para um funil ligado a um tubo para dentro do depósito do barco. Era um litro dentro, meio litro por cima de mim e do barco... enfim, lá se conseguiu e o Suek ficou reabastecido para Fernando de Noronha. Entretanto, a marinha brasileira convidou as tripulações a visitar o navio, algo que só um tripulante de um dos barcos aceitou em virtude da forte ondulação e corrente que existiam na zona. Da parte da tarde ofereceram a todos os barcos um conjunto de livros sobre os oceanos, e organizaram uma visita aos Penedos , tendo sido para mim, um dos momentos altos desta expedição, talvez até o mais relevante. Vieram-me buscar ao Suek num bote, tendo sido necessário depois fazer o transbordo para outro bote mais pequeno de um barco de pesca que dá apoio aos Penedos. A entrada é pelo meio de um canal estreito no meio das rochas com o mar a bater e a entrar constantemente entre os rochedos e com muitos remoinhos. Depois de passar essa zona faz uma ligeira curva para a direita e entra-se numa pequena enseada tendo ao fundo uma escada de ferro por onde subimos para um passadiço de madeira que nos leva á casa. A casa está construída em cima da rocha, assente em pilares feitos de rodelas de cimento. É pequena, tem cozinha, quarto com camaratas e uma zona de arrumos. O melhor, é um espaçoso alpendre com bancos corridos de madeira. Fomos simpaticamente recebidos pelos residentes, 3 investigadores e um elemento da marinha brasileira responsável pelo posto. Os rochedos são uma colónia de caranguejos com carapaças de cores vivas e pássaros com um enorme bico afiado e que nos tentam picar á nossa passagem. Para subirmos ao farol que fica praticamente ao lado da casa, tivemos de ser acompanhados por um dos residentes que levava um pau para que eles mordessem furiosamente enquanto nós passávamos. O bico além de forte e afiado também é rendilhado... Conversámos sobre a vida nos Penedos, uma das investigadores está a fazer um doutoramento sobre tubarões e faz periodicamente turnos de 15 dias desde 2015. Extremamente simpáticos, disponibilizaram inclusivamente o acesso wifi para podermos telefonar via whatsapp. Tivémos sorte com o dia, estava calor e apesar do mar bater com força nos rochedos e a água saltar por cima das rochas, disseram-nos que era o dia mais calmo que tinham desde há bastante tempo. Confidenciaram também que a visita da expedição tinha sido muito boa, porque tinha dado destaque aos Penedos e ao trabalho que faziam. Para nós foi um momento especial conhecer um sitio tão exótico, no meio do oceano e onde ninguém consegue ir sem autorização especial e apoio. Acabámos por chegar juntamente com o Maião a Fernando de Noronha no dia 15 de Maio pelas 14:00h utc, mas essa parte será contada na parte 2, juntamente com a travessia até ao Recife e que concluirá esta etapa. FM Amanhã, dia 21 Maio de manhã a frota sairá de Fernando de Noronha para o Recife. |
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27/04/2022 |
Expedição Lusitânia Diário de Bordo do Suek - 1ª Etapa Lisboa - Gran Canaria |
1ª Etapa Lisboa - Gran Canaria (Las Palmas) 3 a 10 de abril 2022
Saída de Belém no dia 3 de abril (dom) pelas 12h, integrada no festival aero-naval. Para evitar a depressão que se registava ao sul de Sagres no rumo para a Madeira, com ventos e mar fortes, a frota decidiu fazer uma paragem em Sines para aguardar melhoria do tempo. Com esta paragem, decidiu-se depois fazer rumo direto para Las Palmas nas Canárias, sendo também a 1ª paragem da travessia de Sacadura Cabral e Gago Coutinho.
O vento na ida para Sines estava de feição, NE e E, constante entre os 11 e 15 nós num dia com sol, levando o SUEK com velocidades sempre acima dos 5 nós e picos de 7,5 nós. Chegada ao cair da noite pelas 21:30h.
Esta paragem intermédia de um dia em Sines, acabou por ser muito importante para as tripulações se conhecerem melhor e afinar em conjunto os processos com a utilização do IridiumGo. No final do dia, jantar num restaurante típico de Sines com algumas das tripulações e a simpática companhia do comandante e do imediato do NRP Polar, da Marinha Portuguesa.
Horas motor na saída Lisboa = 1.945,4 h / chegada a Sines = 1.947,9 h (2,5 h).
No dia 5 abril (ter), saímos de Sines pelas 10:30h. O dia tinha amanhecido chuvoso e a meio da manhã ainda caia uma chuva miudinha e praticamente não havia vento. Mar com vaga desencontrada, tendo o vento subido ao início da tarde para moderado do quadrante N. O tempo continuava encoberto, mas a chuva tinha parado. Zalala destaca-se na frente, os outros mais atrás sendo que o Arnika e o Nimbus iam mais junto á costa. A travessia decorreu sempre com ventos médios a moderados de popa até ao dia 9 (sáb) em que à hora de almoço o vento caiu e obrigou a ligar o motor durante o resto do dia e noite, até chegar a Las Palmas no dia seguinte. A primeira noite no mar com o vento e mar desencontrado foi desagradável, tendo inclusivamente ficado indisposto. Começámos os turnos ás 21h com intervalos de 3 horas, situação que se manteve até ao final da etapa. O José das 21h-00h, o Fernando 00h-03h, José 03h-06h, Fernando 06h-09h. No dia seguinte, a indisposição passou, sem nada de mais a registar.
As refeições eram com a comida já cozinhada trazida de casa. O José preparava com um acompanhamento feito na altura. Lombo de porco assado, croquetes e empadas de carne, carne picada á bolonhesa. Muitos legumes..., 2 pacotes de salada, 1 kg de cenouras, 500gr feijão verde, brócolos... Nas bebidas essencialmente água. Durante a etapa, eu e o José bebemos no total 4 cervejas minis...
Grande parte da travessia foi feita com as velas montadas em borboleta com a ajuda do pau de spi. O pau preso com amantilho, gaio e preventer a meia nau. Desta forma, permitia um grande controlo, incluindo rizar ou recolher a genoa mantendo o pau de spi sempre montado. A vela grande sempre aberta com preventer na retranca, sendo necessário cambar várias vezes, algumas a meio da noite, obrigando nesta manobra mudar o cabo do preventer para o outro bordo tendo por isso de ir á proa (com colete e arnês)... uma das melhorias em Las Palmas vai ser preparar cabos adicionais para os ter sempre prontos em ambos os bordos.
No dia 8 (sex), tivemos a notícia da desistência do Nimbus devido a problemas técnicos e que iriam complicar a continuação da viagem até ao Brasil. Todos os dias havia troca de mensagens entre barcos para indicação de posição e outras informações. Emails para família e download de informações meteorológicas do Predictwind. Sistema lento, mas fantástico! Gribs diários com informação do vento e vaga com as previsões a baterem certo com o que se observava. Nas informações diárias entre barcos com o IridiumGo, além da posição, o La Luna II partilhava também a ementa gourmet do dia... Inicialmente, houve alguma dificuldade no envio da posição para o MRCC que nos estava a fazer o acompanhamento através das funcionalidades do followme@sea, tendo-se por esse motivo, passado a enviar a posição diariamente por email. Foram sempre impecáveis com contactos diários no acompanhamento da frota. Um bem haja! A noite de 8 (sex) para 9 abril (sab), foi a mais difícil. Tínhamos a previsão da subida do vento e mar, mas íamos a andar muito bem com grande e genoa em borboleta com pau de spi. Pensámos rizar ou tirar a genoa á hora do jantar, mas as condições ainda estavam boas e decidimos manter, reavaliando a situação na mudança de turno das 00h. Por volta das 23:30h, acordei com uma guinada e inclinação forte do barco que não era normal. Neste momento, o José chamou-me a pedir ajuda, porque num salto de vento associado a rajada forte acima dos 20 nós, o barco orçou e a genoa ficou aquartelada a apanhar o vento do lado contrário. Com isso, o barco rodou, tendo também a grande ficado aquartelada devido a estar presa com o preventer. Desta forma, o barco ficou parado, atravessado ao vento e ás ondas. Conseguimos enrolar a genoa e tive de ligar o motor no máximo para conseguir rodar o barco e colocar a vela grande no lugar. A seguir rizámo-la e fomos apenas com esta vela o resto da noite sempre a andar bem, por vezes ainda fazendo picos de 8,5 nós. O José, entretanto, foi descansar e por volta das 04h vejo no AIS dois barcos exatamente em cima do nosso rumo. Um pela proa, outro pela popa. O da popa ainda vinha longe e o da proa estava a 14 milhas com uma velocidade de cerca 9 nós. Decidi aguardar um pouco para ver o que fazia e a 10 milhas de distância como não alterou o rumo, decidi contactá-lo por rádio. Depois de alguma insistência, responderam, disse-lhes que eramos um barco á vela e estávamos em rumo de colisão e perguntei se nos estavam a ver para garantir um rumo seguro.
Perguntaram de novo o nome do nosso barco e disseram que não nos viam... insisti, indicando que aparecia no AIS. Pediram algum tempo, depois contactaram a dizer que sim, que nos viam e que iam alterar o rumo para passarmos seguros. Agradeci e voltei ao plotter a seguir o barco, quando começo a ver com alguma surpresa que começou a andar aos "ss". Rumava para um lado, depois para o outro e sempre sem sair do nosso rumo... percebi, entretanto que a dificuldade dele deveria ser o cargueiro que vinha na nossa popa. Neste caso, o SUEK ficava no meio dos dois barcos e ele desviando-se já muito tarde ficava em risco de colisão ora com o SUEK, ora com o outro. O tempo estava a passar, os barcos cada vez mais perto e continuava tudo na mesma sem grandes alterações. Alterei então o nosso rumo, orçando cerca de 30° para que ele percebesse bem a manobra que estava a fazer. Desta forma, o SUEK começou a afastar-se ligeiramente do rumo dele.
A partir dai, o navio também começou a manobrar para nos passar pela popa. Passados cerca de 10min os três barcos cruzaram-se, o SUEK que tinha saído da sua rota inicial para "fora" e os dois cargueiros que passaram roda a roda. Depois de corrigido o rumo, o resto da noite a andar bem, sem mais incidentes.
A última noite, de 9 (sáb) para 10 (dom), foi sempre a motor, sem vento, mar chão. De manhã, a ver-se o contorno das Canárias ao longe, tudo tranquilo, ETA prevista para as 14 UTC. Chegada à Marina do Real Club Náutico de Gran Canária ás 15h UTC. Total 1ª etapa (Lisboa-Canarias)
Distancia: 750 NM Motor: 33,4 h
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