Desde a Antiguidade ...
Os pontos de referência para mostrar a posição são uma necessidade para os navegadores. De dia, uma marca inconfundível na costa. De noite, uma luz que avise e afaste dos perigos ou que denuncie um abrigo das intempéries.
O mais antigo farol de que se tem notícia é considerado uma das sete maravilhas do mundo. Ficava na ilha de Pharos frente a Alexandria no Egipto, derivando daí o nome de farol. Mandado construir cerca 300 A.C. por Ptolomeu Filadelfo, a obra em mármore branco, de Sóstrato de Cnidos, tinha 135 m. de altura (cerca de 3x o tamanho dos actuais!) e podia ver-se a sua luz a cerca de 100 Km, o que faria dele hoje em dia o mais potente farol. Esta construção, que serviu de modelo a muitos outros na antiguidade, foi destruída por um sismo em 1326.
A seguir aos Fenícios e Gregos, os Romanos construíram faróis por todo o seu império, desde o farol de Bolonha, na Gália, a "Turris Ordens" ainda de pé no séc. XVI, até à "torre de Hércules", na Corunha, na costa NW de Espanha. Este, construído durante o reinado de Trajano (98 a 117 D.C.) e reconstruído em 1663, é considerado o farol mais antigo em funcionamento.
Entre os séc. XII e XV construíram-se alguns faróis como o de Meloria (1157) e Magnale (1163) em Itália; no séc. XIII o de St.Edmund Chapel em Norfolk, Inglaterra; e os de Dieppe e Cordouan em França no séc. XIV.
Em Portugal acendeu-se o primeiro farol na torre do Convento de S.Francisco no Cabo de S.Vicente em 1520. No entanto, o mais velho farol construído para esse fim foi mandado erigir na barra do Porto pelo bispo D.Miguel da Silva. Até ao reinado de D.José I a sinalização marítima era quase inexistente e a que havia estava a cargo de particulares, que acendiam fogos nos pontos mais altos ou visíveis servindo de aviso e orientação, ou então, com intuito de assaltarem os mais incautos, faziam-nos esmagar contra as falésias ou baixíos.
Em 1761 o farol de N.Sra. da Luz, a norte da barra do Porto, e o de N.Sra. da Guia em Cascais, foram os primeiros faróis a cargo do Estado, seguindo-se no ano seguinte o do cabo da Roca. Ainda por decreto do Marquês de Pombal no ano de 1775 implantou-se um farol na fortaleza de S.Lourenço, no ilhéu do Bugio, e outro na Arrábida, mais tarde transferido para a fortaleza de Outão. Só 15 anos mais tarde puderam ser acrescentados à lista o farol do cabo Espichel e o do cabo Carvoeiro.
A meio do século seguinte veio o da Berlenga (1840) seguindo-se S.Vicente (1846), cabo de Sta.Maria (1851) e cabo Mondego (1858). Nesta altura, e passados 100 anos da promulgação do alvará pombalino, existiam em Portugal apenas 12 faróis.
O farol de Esposende de 1866, no forte de S.João Baptista, é uma das raras torres metálicas existentes em Portugal. Dois anos depois no norte da baía de Cascais entra em funcionamento o farol de Sta.Marta.
Somente em 1870 é que as Ilhas começam a ser alvo de atenção com o farol da ponta de S.Lourenço, seguindo-se em 1876 a ponta do Arnel em S.Miguel e no ilhéu de Cima de Porto Santo em 1900.
Juntamente com o farol do cabo Raso na fortaleza de S.Brás, o farol de Aveiro foi erguido em 1893 após 8 anos de construção. Seguiram-se a ponta de Sagres (1894) e o forte do Cavalo (1896) em Sesimbra.
Entre 1908 e 1927 são construídos dezasseis farois no Continente e Ilhas. Serreta (Terceira), ponta das Lages (Flores), Montedor (Viana do Castelo), Penedo da Suadade (S.Pedro de Muel), ponta da Piedade (Lagos), Gibalta e Esteiro (Caxias), cabo Sardão (entre Sines e S.Vicente), Ribeirinha (Faial), Alfanzina (Lagoa), ponta do Pargo (Madeira), V.R.Sto.António, Albarnaz (Flores), Leça de Palmeira, ponta do Topo (S.Jorge) e Gonçalo Velho (Sta.Maria).
Hoje em dia até as pequenas ilhas Desertas (em 1959) e as longínquas Selvagens (em 1977) estão sinalizadas com faróis, como padrões da nossa soberania. Nestas últimas as células fotovoltaícas inauguraram em 1981 o uso de energias limpas, iniciando um novo ciclo onde a modernização e automatização farão a diferença no tempo futuro.
No ano de 1881 foi criada uma Comissão de Faróis e Balizas com um plano de sinalização marítima da costa, portos e barras. Cerca de vinte anos depois, a dependência dos faróis passa do Ministério das Obras Públicas para o Ministério da Marinha, onde, com a denominação de Direcção dos Faróis, se encontra ainda hoje. Para uma leitura mais atenta sugere-se o livro de Maria Regina Louro e João Francisco Vilhena, Faróis de Portugal edição da Grapa.
Localização dos Faróis no Continente
A Lista de Faróis, assim como outras publicações, são vendidas no Instituto Hidrográfico. A bordo só deve usar as publicações oficiais e actualizadas. Não se esqueça que toda a informação do I.H. é periodicamente actualizada através dos Avisos aos Navegantes. Estes avisos são gratuítos e podem ser levantados no I.H. ou ainda recebidos através dos correios pagando os respectivos portes.
Esta lista descreve apenas os faróis do continente com um alcance superior a 15 milhas náuticas e não pretende de modo algum substituir a lista oficial. Consulte as explicações sobre notações e uso de uma lista. O mapa ajuda-nos a referênciar a posição de alguns faróis na costa.
Nr.Nac. | Nr.Int. | Nome e Localização |
Lat./Long. N / W |
Descrição e altura |
---|---|---|---|---|
21 | D-2008 |
Montedor No promontório de Montedor a cerca de 4 M a NW do foz do rio Lima. |
41º44'.97 8º52'.33 |
Torre prismática com edifício anexo e antena TV conspícua. Cúpula vermelha. 28 m |
25 | D-2012 |
Castelo de Santiago Na bateria WSW do castelo, atrás da área portuária. |
41º41'.23 8º50'.27 |
Torre cilíndrica vermelha com montantes e lanterna brancos. 6 m |
26 | D-2012.1 |
Senhora da Agonia Junto à torre da igreja da Sra. da Agonia a 550 m. do Castelo de Santiago. |
41º41'.49 8º50'.20 |
Torre cilíndrica vermelha com montantes e lanterna brancos. 9 m |
31 | D-2016 |
Esposende No forte da barra do rio Cávado. |
41º32'.49 8º47'.36 |
Torre cilíndrica vermelha com edifício amarelo anexo. 15 m |
47 | D-2020 |
Regufe Cerca de 0.5 M a SSE da igreja Nª.Sª. das Dores. |
41º22'.37 8º45'.21 |
Torre cilídrica com escoras vermelhas. 22m |
70 | D-2032 |
Leça A cerca de 1 M a N do porto de Leixões. |
41º11'.98 8º42'.66 |
Torre cilíndrica branca com faixas estreitas pretas com edifícios anexos. 46. |
95 | D-2056 |
Aveiro A S perto da barra do porto. |
40º38'.47 8º44'.80 |
Torre troncónica com faixas brancas e vermelhas e edifícios anexos. 62 m. |
102 | D-2060 | Cabo Mondego |
40º11'.36 8º54'.24 |
Torre prismática branca com edifício anexo. 15m. |
117 | D-2072 |
Penedo da Saudade A 800 m a N de S. Pedro de Muel. |
39º45'.75 9º01'.79 |
Torre prismática branca com edifício anexo de côr castanha e cúpula vermelha. 32 m. |
136 | D-2086 |
Berlenga No ponto mais elevado da ilha da Berlenga. |
39º24'.99 9º30'.47 |
Torre prismática branca com edifícios anexos. 29 m. |
143 | D-2088 | Cabo Carvoeiro |
39º21'.54 9º24'.39 |
Torre prismática branca com edifícios anexos. 27 m. |
186 | D-2108 | Cabo da Roca |
38º46'.99 9º29'.75 |
Torre prismática branca com edifícios anexos. 22 m. |
189 | D-2110 |
Cabo Raso No forte de S. Brás. |
38º42'.65 9º29'.06 |
Torre cilíndrica vermelha. 13 m. |
192 | D-2114 |
Guia 1 M a NW de Cascais. |
38º41'.81 9º26'.70 |
Torre prismática branca com cúpula vermelha. Edifício anexo. 28 m. |
195 | D-2118 |
Sta. Marta Na ponta do Salmôdo, no forte de Sta. Marta. |
38º41'.50 9º25'.17 |
Torre prismática branca com faixas azuis. Cúpula vermelha. 20 m. |
210 | D-2126 |
Bugio Na torre de S. Lourenço da Barra no ilhéu do Bugio. |
38º39'.70 9º17'.85 |
Torre cilíndrica com cúpula verde. 14 m. |
211 | D-2127 |
Gibalta Na encosta da Gibalta, junto à marginal. |
38º42'.02 9º15'.89 |
Torre cilíndrica com cúpula e nervuras vermelhas, sendo estas iluminadas com luz fluorescente vermelha. 21 m. |
212 | D-2127.1 |
Esteiro A cerca de 760 m do farol anterior entre o arvoredo. |
38º42'.30 9º15'.51 |
Torre prismática branca com duas faixas vermelhas ao meio. 15 m. |
355 | D-2138 |
Chibata No depósito de água da Chibata, junto à mata da Boa Viagem. |
38º38'.72 9º13'.02 |
Lanterna. Funcionamento ocasional. |
360 | D-2139 | Cabo Espichel |
38º24'.84 9º12'.90 |
Torre prismática branca com edifício anexo encimada por lanterna cilíndrica vermelha. 32 m. |
401 | D-2160 | Cabo de Sines |
37º57'.48 8º52'.75 |
Torre cilíndrica branca com edifício anexo. 22 m. |
426 | D-2164 |
Cabo Sardão Na ponta do Cavaleiro ou Cabo Sardão. |
37º35'.82 8º48'.89 |
Torre prismática branca com edifício anexo encimada por lanterna cilíndrica vermelha. 17 m. |
436 | D-2168 | Cabo de S.Vicente |
37º01'.28 8º59'.72 |
Torre cilíndrica branca com edifício anexo. 28 m. |
445 | D-2174 | Ponta da Piedade |
37º04'.74 8º40'.09 |
Torre prismática amarela com edifício anexo. 5 m. |
478 | D-2192 | Alfanzina |
37º05'.11 8º26'.48 |
Torre prismática branca com edifício anexo encimada por lanterna cilíndrica vermelha. 23 m. |
491 | D-2197.2 |
Vilamoura Na torre de controlo do edifício da marina. |
37º04'.38 8º07'.31 |
Torre laranja. 16 m. |
505 | D-2206 |
Cabo de Sta. Maria No extremo SW da ilha da Culatra. |
36º58'.38 7º51'.81 |
Torre cilíndrica branca com montantes cinzentos encimada por lanterna cilíndrica vermelha. Edifício anexo. 46 m. |
590 | D-2246 | Vila Real de Sto. António |
37º11'.12 7º24'.91 |
Torre cilíndrica branca com faicas pretas encimada por lanterna cilíndrica vermelha. 46 m. |
Localização dos Faróis no Arquipélago dos Açores
A Lista de Faróis, assim como outras publicações, são vendidas no Instituto Hidrográfico. A bordo só deve usar as publicações oficiais e actualizadas. Não se esqueça que toda a informação do I.H. é periodicamente actualizada através dos Avisos aos Navegantes. Estes avisos são gratuítos e podem ser levantados no I.H. ou ainda recebidos através dos correios pagando os respectivos portes.
Esta lista descreve apenas os faróis dos Açores com um alcance superior a 15 milhas náuticas e não pretende de modo algum substituir a lista oficial. Consulte as explicações sobre notações e uso de uma lista. O mapa ajuda-nos a referênciar a posição de alguns faróis na costa.
Nr.Nac. | Nr.Int. | Nome e Localização |
Lat./Long. N / W |
Descrição e altura |
---|---|---|---|---|
680 | D-2632 |
Gonçalo Velho Na ponta do Castelo. (Sta. Maria) |
36º55'.71 25º01'.00 |
Torre prismática branca com edifício anexo. 14 m. |
693 | D-2634 |
Aeroporto A 1 M a NW da ponta Cagarra. Na torre de controlo do aeroporto. (Sta. Maria) |
36º58'.34 25º09'.25 |
Torre. |
704 | D-2640 |
Arnel (ilha de S. Miguel) |
37º49'.41 25º08'.19 |
Torre prismática branca com edifício anexo. 15 m. |
706 | D-2642 |
Ponta Graça (ilha de S. Miguel) |
37º42'.80 25º22'.21 |
Torre cilíndrica branca com edifício anexo. 14 m. |
717 | D-2654 |
Sta. Clara A W do porto de Ponta Delgada.(S. Miguel) |
37º43'.93 25º41'.19 |
Lanterna vermelha sobre estrutura metálica. 8 m. |
718 | D-2654.2 |
Aeroporto No aeroporto de Ponta Delgada. |
37º44'.51 25º42'.50 |
Torre. |
719 | D-2655 |
Ferraria (ilha de S. Miguel) |
37º51'.16 25º51'.04 |
Torre prismática branca com edifício anexo. 18 m. |
726 | D-2659 |
Ponta do Cintrão (ilha de S. Miguel) |
37º50'.67 25º29'.35 |
Torre cilíndrica com edifício anexo. 14 m. |
732 | D-2661 |
Lages Junto da torre de controlo do aeroporto. (Terceira) |
38º45'.53 27º04'.73 |
Estrutura de madeira. 19 m. |
745 | D-2664 |
Contendas (ilha Terceira) |
38º38'.62 27º05'.10 |
Torre prismática branca com edifício anexo. 13 m. |
760 | D-2668 |
Serreta (ilha Terceira) |
38º45'.95 27º22'.50 |
Torre cilíndrica branca com cúpula e edifício anexo. 15 m. |
772 | D-2680 |
Ponta do Topo Na ponta SE da ilha. (S. Jorge) |
38º32'.94 27º45'.31 |
Torre prismática branca com edifícios anexos. 16 m. |
792 | D-2670 |
Carapacho Na ponta do mesmo nome. (Graciosa) |
39º00'.8 27º57'.4 |
Torre cilíndrica com cúpula vermelha e edifício anexo. 14 m. |
797 | D-2676 |
Ponta da Barca A NW da ilha. (Graciosa) |
39º05'.6 28º03'.0 |
Torre cilíndrica branca com edifício anexo. 23 m. |
814 | D-2690 |
Ponta da Ilha Na ponta E da ilha. (Pico) |
38º24'.85 28º01'.89 |
Torre prismática branca com lanterna vermelha e edifício anexo. 19 m. |
854 | D-2692 |
Ribeirinha (Faial) |
38º35'.75 28º36'.23 |
Torre prismática branca com cúpula vermelha e edifício anexo. 20 m. |
877 | D-2704 |
Ponta das Lages Na ponta do mesmo nome a S da ilha. (Flores) |
39º22'.46 31º10'.33 |
Torre prismática quadrangular branca com edifício anexo. 16 m. |
878 | D-2706 |
Ponta do Albarnaz Na ponta a NW da ilha. (Flores) |
39º31'.11 31º13'.90 |
Torre cilíndrica branca com edifício anexo. 15 m. |
Localização dos Faróis no Arquipélago da Madeira
A Lista de Faróis, assim como outras publicações, são vendidas no Instituto Hidrográfico. A bordo só deve usar as publicações oficiais e actualizadas. Não se esqueça que toda a informação do I.H. é periodicamente actualizada através dos Avisos aos Navegantes. Estes avisos são gratuítos e podem ser levantados no I.H. ou ainda recebidos através dos correios pagando os respectivos portes.
Esta lista descreve apenas os faróis da Madeira com um alcance superior a 15 milhas náuticas e os faróis das Desertas e Selvagens e não pretende de modo algum substituir a lista oficial. Consulte as explicações sobre notações e uso de uma lista. O mapa ajuda-nos a referênciar a posição de alguns faróis na costa.
Nr.Nac. | Nr.Int. | Nome e Localização |
Lat./Long. N / W |
Descrição e altura |
---|---|---|---|---|
610 | D-2756 |
Ilhéu de Cima Na ponta SE da Ilha no ilhéu do mesmo nome. |
33º03'.06 16º16'.51 |
Torre prismática branca com edifício anexo. 15 m. |
624 | D-2726 |
S. Lourenço Na extremidade E da ilha da Madeira. |
32º43'.58 16º39'.15 |
Torre prismática com edifício anexo branco. 10 m. |
656 | D-2752 |
Ponta do Pargo No extremo W da ilha. |
32º48'.62 17º15'51 |
Torre prismática branca com edifício anexo. 14 m. |
660 | D-2755 |
S. Jorge Na ponta do mesmo nome a N da ilha. |
32º49'.85 16º54'.10 |
Torre cilíndrica com edifício anexo. 14 m. |
663 | D-2720 |
Ilhéu Chão No extremo N do ilhéu. |
32º35'.24 16º32'.70 |
Torre cilíndrica com edifício anexo. 14 m. |
665 | D-2722 |
Ponta da Agulha No extremo S do ilhéu. |
32º24'.18 16º27'.79 |
Torre prismática. 8 m. |
668 | D-2768 |
Selvagem Grande No cimo do pico da Atalaia. |
30º08'.60 15º52'.18 |
Coluna cilíndrica com faixas vermelhas e brancas. 10 m. |
669 | D-2769 |
Selvagem Pequena No cimo do pico do Veado. |
30º02'.04 16º01'.56 |
Coluna. 1m. |
Mais sobre alguns dos nossos Faróis
Leça
Situado em Leça da Palmeira entre o rio Ave e Douro, apesar de ter sido dos últimos faróis a serem construídos (1927), foi o primeiro a ser incluído na rede telecontrolada de Leça da Palmeira em 1979.
Cabo da Roca
"... onde a terra acaba e o mar começa ...", no ponto mais ocidental do continente Europeu, ergue-se sobre umas escarpas, a mais de 140 m. do nível do mar, o farol do cabo da Roca. Foi implantado em 1762 no reinado de D.José I.
Bugio
Situado sobre um rochedo à entrada do estuário do Tejo, a cerca de 1,5 M a Sul do forte de S. Julião da Barra, o forte de S.Lourenço foi edificado em 1586 com projecto de influência italiana renascentista do arquitecto Frei Giovanni Vincenzo Casale. D.Sebastião já tinha tido a ideia de o edificar naquele local, mas ficou-se apenas pela construção de uma torre de madeira em 1578. As obras e alguns melhoramentos terminaram durante o reinado de D.João IV, sob orientação de Frei João Torriano.
Após inúmeras catástrofes marítimas e por decreto do Marquês de Pombal, em 1775 instalou-se ali um farol. A pouca eficiência e consequente inutilidade como ajuda à navegação do aparelho de então está na origem das queixas em 1812, que obrigaram a alterações nos anos de 1829 e 1836. Dezaseis "candeeiros de Argand" produziam uma luz branca com um alcance de 16 milhas em 1865. Em 1895 a modificação no aparelho, agora alimentado a petróleo, produzia além da luz branca fixa, clarões vermelhos de 20 em 20 segundos. O gás passa a ser fonte de energia em 1933 para em 31 de Dezembro de 1959 dar lugar à electricidade.
Várias gerações de faroleiros passaram por ali, até que em 1982 foi abandonado à automatização.
O estado de degradação das muralhas da fortaleza, devido à forte exposição à violência das vagas, exigem obras de fundo com grande urgência correndo-se o risco eminente de colapso das muralhas e a curto prazo a destruição total do mais belo farol português.
Leia um artigo do LNEC sobre o Farol do Bugio.
Sta. Maria
Na barra de Faro e Olhão, mais precisamente a SW na ilha da Culatra, fica o ponto mais a sul de Portugal Continental. Construído em 1851 o farol de Sta.Maria foi o primeiro farol português a possuir uma lente de Fresnel em 1859.
Guia (Macau)
No mais alto ponto de Macau foi mandado construir em 1937 pelo capitão António Ribeiro a fortaleza da Guia destinada a defender a fronteira com a China. O elemento fundamental do forte é o farol erguido em 1865 e o mais antigo da costa chinesa. Trabalhava inicialmente a parafina e está electrificado desde 1909. Ao lado ergue-se um mastro em que são içados os sinais de aproximação de tufão.
Uso da Lista de Faróis
A Lista de Faróis é uma publicação náutica editada pelo Instituto Hidrográfico com o objectivo de fornecer informação detalhada sobre os mesmos aos navegantes. Actualmente está organizada em dois volumes, sendo o primeiro referente a Portugal e a Macau e o segundo aos PALOP (C.Verde, Guiné-Bissau, S.Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique. As listas aqui apresentadas contém apenas faróis de Portugal com alcance superior a 15 M e está actualizada a 1995, não dispensando nunca a edição do I.H. e os respectivos avisos aos navegantes.
Explicação de cada coluna da tabela das listas:
- Número : Número nacional do farol. Os faróis também têm um número internacional de modo a serem inequivocamente referênciados.
- Nome e Localização : Nome da luz e região da sua localização.
- Lat./Long. : Coordenadas geográficas (Datum Lisboa) com valores aproximados ao centésimo de minuto.
-
Característica : Característica, côr e periodo da luz do farol (algumas abreviaturas usadas na característica)
- Alt - luz alternada
- F - luz fixa
- Is - luz isofásica
- Oc - luz com ocultações
- RlL - luz de relâmpagos longos (luz com duração igual ou superior a 2s.)
- Rl - luz de relâmpagos
- Am - amarelo
- Br - branco
- Vd - verde
- Vm - vermelho
Exemplo: Rl(2) Br 10s - dois relâmpagos agrupados de côr branca num periodo de 10 segundos.
- Altitude : Altitude do plano focal da luz relativamente ao nível médio do mar.
- Alcance : Alcance nominal da luz em milhas maritimas. Por causa da curvatura da esfera terrestre, e dependendo da altitude do farol e do observador, por vezes o alcance geografico é menor do que o nominal.
- Descrição e Altura : Descrição sumária da forma, côr e altura do topo do farol ao nível do solo.